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Quase todos os setores estão a ser transformados pela Inteligência Artificial, mas uma das áreas de inovação mais interessantes é, sem dúvida, o setor da eletrónica.
A Internet das Coisas (IoT) já está a facilitar grande parte da forma como vivemos, trabalhamos e comunicamos uns com os outros. Embora a IoT na indústria eletrónica de consumo - televisões inteligentes, frigoríficos, rastreadores de fitness - seja agora “mainstream”, as suas capacidades estão agora a ser melhoradas pela IA, que pode ler os seus milhões de pontos de dados para obter informações sobre os comportamentos dos utilizadores e criar uma nova era de hiperpersonalização.
Imagine, por exemplo, uma máquina de café que se sincroniza com o seu monitor de sono para preparar automaticamente uma mistura extra-forte se tiver tido uma noite mal dormida, ou um assistente virtual que lê as estatísticas do seu monitor de saúde para criar uma lista de compras personalizada que resolva quaisquer ineficiências alimentares. Com gigantes da tecnologia como a Amazon e a Google a adaptarem a sua gama de produtos ao Matter, “uma norma de código aberto que permite a comunicação entre dispositivos ligados à Internet de diferentes fabricantes ”1, as possibilidades nesta área são quase ilimitadas.
Fonte: Statista(2)
Talvez ainda mais personalizado do que a eletrónica doméstica é o mercado da tecnologia vestível (wearable) - impulsionado pelo desejo dos consumidores de monitorizar quase todos os aspetos da sua saúde e fitness. O tamanho do mercado de tecnologia wearable está estimado em 186,48 mil milhões de dólares em 2024 e espera-se que atinja 493,26 mil milhões de dólares em 2029 - uma taxa de crescimento (CAGR) de 17,6%3. Alguns dos produtos mais avançados disponíveis este ano incluem o VitalScan portátil da Withings, um dispositivo de saúde conectado pioneiro no seu género que combina quatro ferramentas médicas - um estetoscópio, um oxímetro, um ECG de 1 derivação e um termómetro - permitindo aos utilizadores testarem-se a si próprios em movimento e partilharem os dados com o seu médico.
Por outro lado, a IA está a alimentar uma nova geração de aparelhos divertidos de realidade virtual, como auscultadores para jogos e óculos de vídeo. Os óculos de computação espacial Apple Vision Pro executam aplicações populares, incluindo a câmara, o FaceTime e o Safari, através de uma mistura de AR e VR que os utilizadores podem controlar com o seguimento dos olhos e das mãos. Apesar do seu elevado preço de 3500 dólares, foram vendidas 200 000 unidades nos primeiros 10 dias após o lançamento4.
A Sony e a Siemens revelaram recentemente um auricular de realidade mista para o metaverso industrial, concebido para ajudar os profissionais de engenharia a produzir e analisar modelos 3D dos seus projetos e a diagnosticar eventuais problemas antes de investirem em protótipos reais.
A IA também está a desempenhar um papel cada vez mais importante na transformação do fabrico de produtos eletrónicos. Os produtos eletrónicos impressos em 3D fazem parte de uma área em rápido crescimento - trazendo produtos para o mercado mais rapidamente e permitindo uma maior personalização.
No entanto, talvez uma das maiores tendências emergentes no lado do fabrico seja a procura de processos sustentáveis. No início deste ano, na convenção tecnológica anual da Consumer Technology Association, várias empresas apresentaram uma nova tecnologia de células solares capaz de alimentar produtos electrónicos de consumo, como alternativa às pilhas descartáveis. Os materiais orgânicos também estão a facilitar algumas das mudanças - os derivados de matéria microbiana ou vegetal - para criar componentes biodegradáveis e eficientes em termos energéticos.
Os consumidores também estão a desempenhar o seu papel no movimento de sustentabilidade, conduzindo a um aumento dos produtos eletrónicos recondicionados e usados. Um relatório da indústria da Worldpanel ComTech6 destacou que os volumes de propriedade de smartphones recondicionados aumentaram 70% nos dois anos até dezembro de 2023 e prevê que 14% dos smartphones vendidos durante o período de Natal serão recondicionados/usados (nos cinco mercados europeus). Em resposta, “os retalhistas e os fabricantes [irão competir] para oferecer aos consumidores um valor mais elevado pelos seus dispositivos antigos para incentivar as vendas”.
À medida que avançamos para 2025 e mais além, as empresas da indústria eletrónica procurarão encontrar um equilíbrio entre as inovações rápidas de produtos necessárias para se manterem relevantes e uma abordagem mais ponderada e sustentável ao fabrico.
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